Existem cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos em nosso planeta. Destes, apenas uma parcela desenvolve as belas estruturas que conhecemos como cogumelos.
Eles se proliferam nas mais variadas cores e ambientes, manifestam-se como pequenos espécimes azuis ou longos ramos escarlates que brotam do chão como verdadeiros dedos do diabo. Seus inusitados formatos escondem diferentes habilidades – uns brilham no escuro, outros causam alucinações. Os tóxicos podem levar à morte, já as variedades comestíveis chegam a valer 100 mil dólares por quilo.
O universo dos fungos e o fascínio por estes seres vivos parecem inesgotáveis. Selecionamos 22 espécies bizarras que você não pode deixar de conhecer. Confira a galeria de fotos!
1- Entoloma hochstetteri
Se uma espécie de fungo tivesse inspirado o artista belga Peyo a criar os Smurfs – simpáticas criaturas azuis que vivem em cogumelos nos quadrinhos infantis, sem dúvida seria o Entoloma hochstetteri. Este fungo azul é típico da Nova Zelândia.
2 – Clathrus ruber
O Clathrus ruber se desenvolve no formato de uma esfera esburacada e adquire uma coloração que vai de rosa pálido a um forte tom avermelhado. São similares ao Clathrus crispus.
3 – Mycena chlorophos
Existem dezenas de cogumelos que brilham no escuro, entre eles o Mycena chlorophos. A função da luz verde dos fungos bioluminescentes gera debate. A característica poderia estar associada à dispersão de esporos, que por vezes dependem do esbarrar de animais para serem liberados no ar e atuar na reprodução destes cogumelos.
4 – Mutinus caninus
O visual explícito dá a dica: este fungo recebe o nome científico de Mutinus caninus, uma referência (em latim) ao pênis de um cachorro. Ele surge da serapilheira, o acúmulo de folhas e matéria morta no solo. O fungo é, inicialmente, uma esfera pálida – mas aos poucos ela se rompe e emerge dali uma estrutura de aparência fálica.
5 – Clavaria zollingeri
Parece uma fotografia feita debaixo d’água, mas o Clavaria zollingeri é um cogumelo que cresce na terra. Violeta e de ramificações que lembram um coral, este curioso fungo chega a 10 centímetros de altura. Uma espécie parecida é a Clavulina amethystina.
6 – Cogumelo véu-de-noiva (Phallus indusiatus)
O cogumelo véu-de-noiva (Phallus indusiatus) chega a 25 centímetros de comprimento. Sua estrutura mais característica, que lembra uma rede, surge do topo e cresce ao redor do cogumelo já erguido do chão. Espécies similares são a P. cinnabarinus e a P. multicolor, que exibem véus vermelho e amarelo, respectivamente.
7 – Hydnellum peckii
Um cogumelo que sangra? A substância vermelha que o fungo Hydnellum peckii libera de seus poros já lhe rendeu algumas associações populares com geleias e até com o Satanás. Estudada pela medicina, esta espécie de “seiva” contém propriedades anticoagulantes.
8 – Lactarius indigo
O Lactarius indigo é comestível e também parece sangrar, só que em tom azul – e apenas ao ser cortado (à esquerda, na foto). As demais espécies do gênero Lactarius expelem uma substância similar, de aspecto leitoso, mas a sua coloração varia para tons alaranjados e amarelos.
9 – Pseudocolus fusiformis
Em inglês, este fungo é conhecido como “stinky squid”, ou seja, a lula fedorenta. Os quatro braços unidos no topo remetem ao formato do molusco marinho e o forte cheiro que emana desta substância lodosa (e escura, ao centro) justifica o apelido do Pseudocolus fusiformis. Seu odor atrai insetos, que por sua vez ajudam a dispersar os esporos.
10 – Calvatia gigantea
Como o nome sugere, o tamanho do Calvatia gigantea é sua característica mais marcante. Há registro de um espécime com mais de 20 quilos e 1,5 metro de diâmetro. Desde que esteja jovem (com o interior ainda branco), a espécie é comestível.
11 – Amanita muscaria
Não há apenas um cogumelo alucinógeno, mas o Amanita muscaria é certamente o mais famoso deles. Este icônico fungo branco e vermelho tem muscimol como sua principal substância psicoativa e baixa toxicidade, sendo letal apenas se consumido em grandes quantidades.
12 – Trametes versicolor
As cores e o formato do Trametes versicolor lhe renderam o apelido de “turkey tail” (cauda de peru, em inglês) nos Estados Unidos, em referência às plumas traseiras da ave. A espécie detém substâncias que fortalecem o sistema imunológico e é estudada como medicamento complementar no tratamento do câncer. No Brasil, ficou conhecida como cogumelo do sol.
13 – Hericium erinaceus
O simpático Hericium erinaceus cresce como uma barba grisalha em troncos do hemisfério Norte e é comestível. A variedade funciona ainda como antioxidante.
14 – Dedos do diabo (Clathrus archeri)
Os dedos do diabo. É assim que o Clathrus archeri ficou conhecido – uma má fama validada ainda pelo mau cheiro que este cogumelo exala. Os dedos chegam a 10 centímetros e a espécie costuma exibir de três a oito deles – em raros casos, até 12.
15 – Rhodotus palmatus
Encontrar um Rhodotus palmatus com um emaranhado de veias rosadas em seu píleo (o “chapéu” dos cogumelos) não é tarefa simples. Nem todos os fungos da espécie desenvolvem tal característica, alguns têm o topo gelatinoso e liso e intrigam micologistas.
16 – Laccaria amethystina
Apesar de não ser tóxico e classificar-se como comestível, o fungo Laccaria amethystina pode acumular substâncias encontradas em solo contaminado, do qual se alimenta. Entre elas está o arsênico, que é prejudicial à saúde humana.
17 – Scutellinia scutellata
Os peculiares “cílios” do fungo Scutellinia scutellata só podem ser fotografados com lentes macro: a espécie não costuma medir mais do que alguns milímetros em diâmetro. E chega, no máximo, a 1,5 centímetro.
18 – Aseroe rubra
Descrito no século 19, o fungo Aseroe rubra é endêmico da Austrália e já foi comparado a estrelas-do-mar, anêmonas e até mesmo ao estranho focinho da topeira Condylura cristata.
19 – Ninho-de-passarinho
Os cogumelos da família Nidulariaceae são chamados popularmente de ninho-de-passarinho. O que aparenta ser um amontoado de ovos é, na verdade, um conjunto de esporos, adaptados para se dispersar com a chuva. Na foto, um Crucibulum laeve.
20 – Gyromitra esculenta
Fique longe deste! Com uma aparência pitoresca de cérebro, o Gyromitra esculenta é tóxico (afeta o sistema nervoso central) e pode ser fatal se ingerido. Assim como outras do gênero Gyromitra, a espécie se assemelha a cogumelos Morchella, que são comestíveis.
21 – Taça escarlate (Sarcoscypha austriaca)
A taça escarlate (Sarcoscypha austriaca) foi descrita pela primeira vez no final do século 19 e desde então vem sendo confundida com a Sarcoscypha coccínea, espécie que leva o mesmo nome popular e só é distinguível sob um microscópio.
22 – Cordyceps e Ophiocordyceps
Soa como uma cena de filme de terror: um engenhoso fungo hospeda-se no corpo de uma formiga ainda viva e se prolifera, consumindo-a até a morte. Durante o agonizante processo, o inseto caminha até uma planta e finca suas mandíbulas em uma folha, num estado inerte que remete a zumbis. Espécies do gênero Cordyceps e Ophiocordyceps estão entre os parasitas mais comuns
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